PROJETO ARTCONEXÃO-2008.ALUNOS DO CEF 03 GAMA DF.7ª SÉRIE.LINGUAGEM E TECNOLOGIA.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

σ νєя∂α∂єιяσ ρяє¢σи¢єιтσ


gєитє ℓєια єѕѕα нιѕтóяια є яєfℓιтα...тєинσ ¢єятєα qυє ν¢ иαυм α¢αвαяá ∂є ℓєя єѕѕє ∂єρσιмєитσ є ѕαιяá ¢σм σ мєѕмσ ρєиѕαмєитσσ!!!
Na minha adolescência tinha um amigo com o qual eu sempre andava. Era o Paulo. Ele era um vizinho, rapaz como eu, de família modesta, filho de pai aposentado e mãe dona de casa. Morávamos na periferia e convivemos juntos com os problemas crônicos de um lugar como esse. Pobreza, carência, violência, transporte deficiente e abandono.Mas na nossa simplicidade e boa formação familiar éramos felizes ali. Torcíamos para o mesmo time, gostávamos da mesmas musicas e éramos cúmplices na tentativa quase sempre frustrada de beijar as moças que nunca nos diziam sim. Tínhamos apenas uma diferença . Ele era negro.A vida do Paulo começou a mudar na tarde de um domingo. E eu estava ao lado dele. Fomos fazer o que mais nos deixava felizes. Ver o nosso Corinthians jogar. Na saída do jogo, felizes e após o cachorro quente na porta do estádio caminhamos na direção do ponto de ônibus. Já havia tempo que o jogo havia acabado. Sempre esperávamos mais que o normal justamente para evitar a confusão e o tumulto normais em porta de estádios de futebol. Caminhávamos com a rua quase vazia falando alto e brincando muito.De repente surgiu uma viatura da Policia Militar. Passando por nós, subitamente pararam e foram direto na direção do Paulo. Éramos grandes mas meninos ainda, fiquei muito assustado, paralisado e o grito de um dos guardas realmente me apavorou: - "Mão na cabeça e encosta na parede preto filho da puta." O Paulo tão apavorado e assustado quanto eu mal podia se mexer e por isso foi chutado nas pernas e revistado com muita violência física e mais agressões verbais. Eu o conhecia bem. Pela formação familiar que teve a sua reação não foi de resistência , mas de indignação e isso foi interpretado como desacato. Fiquei desesperado quando ele foi literalmente jogado no camburão e levado embora. Pra mim apenas olharam e perguntaram se eu era amigo daquele "macaco". Só consegui responder "sim senhor" que foi abafado pelos cantar dos pneus que saíram em disparada.O Paulo jamais foi o mesmo desde aquele dia.Mais de 20 anos se passaram e os negros, apesar de serem maioria absoluta no nosso País continuam a serem tratados com um preconceito repugnante, oculto, hipócrita , falso e mal resolvido.E os hipócritas que se fantasiam de anti racistas aproveitam para , em rede nacional e sob as luzes das câmeras, dar voz de prisão a um argentino que teria chamado um jogador negro de "negrito" e coisas do gênero. Prolongam o quanto possível a prisão do jogador, o fazem aparecer algemado diante das câmeras, como se realmente ele fosse uma ameaça se estivesse sem as algemas e satisfazem o ego com seus 3 dias de fama e discursos contundentes anti racismo.Foi mesmo o enredo perfeito para a palhaçada, a demagogia e a falsidade.Os negros brasileiros sempre foram e são historicamente jogados a uma condição marginal da nossa sociedade.A mesma policia que agora posa de defensora da lei e dos negros é a policia que agride negros indiscriminadamente por todo o país a décadas e a mesma televisão que da a contundente cobertura ao caso é a TV que desde a sua criação impõe aos negros as posições de importância menor atrás das câmeras e quando são personagens, invariavelmente fazem papeis de vilão, motorista, faxineira, subalternos e assemelhados.Me pergunto, por exemplo, por que num dos clássicos maiores da nossa literatura infantil, o "Sitio do Pica Pau Amarelo" a dona do sitio era branca e a cozinheira era negra? E porque a ordem dos personagens sempre tem que seguir esta preconceituosa tendência.Onde estão os negros que não figuram na magistratura, nas carreiras medicas, no parlamento , na carreira diplomática, na presidência das grandes empresas, no comando das cidades, na liderança das pesquisas cientificas? Estão silenciosamente sendo vitimas do pior tipo de racismo, que é a falta de oportunidades de serem respeitados como qualquer ser humano e ter as mesmas chances na vida. E esse é um problema nosso , genuinamente Brasileiro e manter um argentino preso 3 dias não vai mudar o quadro nem se justifica, até porque qualquer um que já jogou uma pelada sequer na vida sabe que este tipo de comportamento dentro de campo chamando um branco de azedo , um negro de Macaco ou um estrangeiro de gringo em nada tem haver com preconceito ou nenhuma conseqüência pratica pelo menos acarreta ao "ofendido". Diferente do devastador preconceito que destrói vidas e sonhos como a do meu amigo Paulo.Nossos pensamentos estão sendo manipulados pela poderosa, oportunista e preconceituosa televisão Brasileira .................. Acorda Brasil.......................!
Aluna: Beatriz Alencar

2 comentários:

Unknown disse...
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CEF03 - GAMA - 7C disse...

ta ai um dos depoimentos...
para que uma pessoa possa ler e refletir...
qualquer tipo de pessoa seja ela negra ou ate branca,ricO ou pobre são pessoas comuns como todos nós!
inclusive pessoas negras...naum consigO imaginar como um país com tanta classe tantOs fundamentos e tão cultural consegue ainda hoje perimitir que exista o PRECONCEITO...O RACISMo!
para que possamos mudar o mundO em um pouquinho que seja...temos que nos mudar primeiro...olhar primeiramente para dentro de nós e enxergar nossos erros,para depois julgar uma pessoa,por mais inutil que ela seja,alias ao julgarmos uma pessoa ja estaremos errandO...pq ninguem é perfeitO e ninguem nunca chegará ha perfeição!
pensem nissO...
^^

Aluna: Beatriz Alencar ***Bia***7ªC